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Obesidade Infantil: como prevenir

Obesidade Infantil

A obesidade infantil é um problema crescente na sociedade atual e representa uma grande preocupação para pais e para os profissionais de saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), uma criança é considerada obesa quando o IMC (índice de massa corporal) está acima do percentil 97.

 As crianças com excesso de peso têm maior probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes. O sedentarismo e a alimentação inadequada são os maiores causadores de excesso de peso nas crianças.

Num estudo efetuado em 2022 pela OMS: “59% da população adulta e 1 em cada 3 crianças em idade escolar europeias têm excesso de peso ou obesidade”.

Compreender os fatores que contribuem para a obesidade infantil e como podemos preveni-la é fundamental para garantir que as crianças cresçam saudáveis. Neste artigo vamos abordar os riscos da obesidade infantil, as causas e as medidas que podem ser tomadas para preveni-la.

O que é a obesidade infantil ?

A obesidade é uma doença crónica caraterizada pelo excesso de gordura acumulada no organismo, causado por um desequilíbrio entre as calorias ingerias e as calorias gastas. Considera-se uma criança obesa quando tem um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 95% da média para crianças da mesma idade e sexo.

Segundo a OMS, o excesso de peso e obesidade são caracterizados pela acumulação de gordura anormal e/ ou excessiva que pode afetar a saúde do indivíduo. A Organização Mundial de Saúde considera a obesidade infantil o sério problema de saúde pública do século XXI.

Segundo o relatório de obesidade de 2022 da OMS, 1 em cada 3 crianças tem excesso de peso ou obesidade, e na adolescência 1 em cada 4.

A obesidade infantil pode ser causada por uma combinação de fatores, incluindo genética, alimentação pouco saudável, sedentarismo e outros fatores ambientais.

As crianças obesas têm um maior risco de desenvolverem problemas de saúde a longo prazo, como: diabetes tipo 2, doenças cardíacas, hipertensão e problemas respiratórios.

Causas da obesidade infantil

Existem vários fatores que podem levar ao excesso de peso e à obesidade infantil, nomeadamente, genéticos, pré-natais, metabólicos e ambientais.

Vamos enumerar alguns dos fatores de risco da obesidade infantil:

  1. Fatores pré-natais: muitos dos problemas do excesso de peso e da obesidade infantil começam ainda na gravidez da mãe, devido ao tipo de alimentação que a futura mamã consome durante a gestação, levando a um aumento de peso excessivo do feto.
  2. Fatores genéticos: a predisposição genética pode aumentar o risco de obesidade em crianças. Existem diversos estudos que confirmam que uma criança com um dos progenitores obeso tem maior probabilidade de vir a ser obesa.
  3. Fatores ambientais: estilo de vida sedentário (crianças que passam muito tempo sentadas, que tem pouca atividade física) e uma ingestão calórica superior às necessidades, assim como, uma alimentação inadequada (rica em gorduras e açúcares), é um dos principais fatores de risco de obesidade.
  4. Fatores psicológicos: stresse, ansiedade e depressão podem contribuir para a obesidade infantil, pois podem levar a um comportamento alimentar inadequado, como compulsão alimentar e falta de motivação para atividades físicas. Pode ler sobre a Depressão Infantil.

Diagnóstico de Obesidade Infantil

O diagnóstico de obesidade infantil é feito através do cálculo do IMC (Índice de massa corporal) da criança. O cálculo do IMC é obtido dividindo o peso pelo quadrado da estatura (IMC = peso / altura²).

Por exemplo, se a criança pesar 30 kg e medir 1,20 m, o cálculo do IMC seria: IMC = 30 / (1,20 x 1,20) = 20,8

A DGS adota as tabelas de IMC da Organização Mundial da Saúde (OMS) como referência. Estas tabelas estão divididas por sexo e idade (dos 2 aos 19 anos), e os valores de IMC são expressos em percentis.

Abaixo do percentil 3: Baixo peso
Percentil 3-84: Peso adequado
Percentil 85-94: Sobrepeso
Percentil 95-98: Obesidade grau I
Percentil 99-99.9: Obesidade grau II
Superior ao percentil 99.9: Obesidade grau III

Como prevenir a obesidade infantil?

Os pais têm um papel preponderante na prevenção da obesidade infantil. A prevenção deve começar ainda durante a gestação. É essencial que a grávida opte por uma alimentação saudável e a prática de exercício físico, a fim de evitar um aumento excessivo de peso.

Sempre, que possível, opte pelo aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses. Após iniciar a alimentação complementar é importante garantir que o seu filho mantenha uma alimentação diversificada, segundo as recomendações da Roda dos Alimentos.

A obesidade infantil é uma doença crónica que pode levar a diversos problemas de saúde ao longo da vida. Existem algumas medidas que os pais podem adotar para prevenir a obesidade infantil, incluindo:

  1. Oferecer uma dieta saudável: Uma das maneiras mais importantes de prevenir a obesidade infantil é garantir que as crianças tenham uma dieta saudável e equilibrada, com uma variedade de frutas, legumes, proteínas magras e carboidratos complexos. Inicie a refeição oferecendo sempre uma sopa antes do prato principal.
  2. Evitar alimentos processados e açucarados: Evite que a criança ingira alimentos processados, alimentos ricos em açúcar e bebidas açucaradas, como refrigerantes, sumos, produtos com chocolate.
  3. Incentivar a criança desde cedo à prática de atividade física: incentive os seus filhos a serem ativas, estimulando a prática de desporto, caminhadas, corridas, jogos ao ar livre, entre outras atividades. Limite o tempo que a criança passa a ver televisão ou a jogar vídeo jogos, a no máximo duas horas por dia.
  4. Estabelecer hábitos saudáveis: Estabeleça rotinas e hábitos saudáveis, como horários regulares de refeição, sono adequado e evitar petiscos fora dos horários das refeições.
  5. Incentive a criança a mastigar os alimentos devagar e saborear a comida
  6. Ofereça pratos com cores e texturas diferentes.

Tratamento da obesidade Infantil

O tratamento da obesidade infantil requer a mudança nos hábitos alimentares e alteração de rotinas. Uma alimentação saudável e a prática de exercício físico são fundamentais no tratamento da obesidade.

No tratamento da obesidade infantil é essencial o envolvimento de toda a família para o sucesso do mesmo. A família deve adotar hábitos saudáveis em casa e apoiar a criança nas mudanças de hábitos e rotinas diárias.

O tratamento da obesidade infantil inclui:

  1. Identificar a causa da obesidade: pode ser por questões genéticas, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, entre outros fatores.
  2. Adotar uma alimentação saudável: a criança deve ter uma alimentação equilibrada, com um consumo adequado de frutas, legumes, verduras, proteínas e carboidratos. A dieta deve ser individualizada e adaptada às necessidades da criança.
  3. Estimular a prática de atividade física: a criança deve ser incentivada a praticar atividades físicas regularmente, de acordo com sua idade e capacidade física. Os exercícios podem ser incorporados à rotina diária, como caminhadas, brincadeiras e desporto.
  4. Reduzir o tempo de inatividade: a criança deve passar menos tempo em frente à televisão, computador, tablet e/ou telemóvel.
  5. Acompanhamento médico e nutricional: a criança deve ser acompanhada regularmente por um médico e um nutricionista.

Complicações da obesidade

A obesidade infantil pode ter diversas complicações graves, tanto a curto quanto a longo prazo. Algumas das principais complicações incluem:

  1. Doenças cardiovasculares: a obesidade infantil aumenta o risco de doenças cardíacas, como hipertensão arterial, colesterol elevado.
  2. Diabetes tipo 2: a obesidade infantil também está associada ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, uma doença crónica que pode afetar a saúde a longo prazo.
  3. Problemas ortopédicos: o excesso de peso pode colocar uma grande pressão sobre as articulações, aumentando o risco de lesões e dor nas costas, joelhos e tornozelos.
  4. Distúrbios do sono: a obesidade infantil pode causar problemas de sono, como ronco e apneia do sono, que podem afetar a qualidade de vida da criança.
  5. Problemas psicológicos: crianças obesas podem sofrer com baixa autoestima, ansiedade, depressão e isolamento social, o que pode afetar o desenvolvimento emocional e social.
  6. Problemas respiratórios: a obesidade infantil também pode afetar a função pulmonar e aumentar o risco de asma e outras doenças respiratórias.

É importante lembrar que a obesidade infantil é uma condição séria e que pode ter consequências graves para a saúde a longo prazo. Por isso, é fundamental adotar hábitos saudáveis desde a infância e procurar ajuda com o seu médico caso a criança esteja acima do peso.

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Sobre o autor
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lpereira

Licenciada em enfermagem desde 2009, com uma vasta experiência na área em vários países, como: Portugal, França e Suíça. Mãe de uma menina desde 2018, os desafios da maternidade e a minha paixão pela escrita motivou-me a partilhar os meus conhecimentos e experiências com outras mães e com futuras mamãs.