Birras aos 2 anos são normais? Serão só uma fase? Os 2 anos são um período emocionante e desafiador para os pais e para a criança. Nesta fase, a criança está a começar a adquirir mais autonomia, a vincar a sua personalidade e a expressar as suas vontades. A imaturidade emocional leva muitas vezes a criança manifestar-se através das “birras”.
A fase das birras aos 2 anos são também conhecidas como os terríveis 2 anos, e são na maioria das vezes reações naturais ao desconforto, frustração ou cansaço. Nesta fase a criança ainda está a desenvolver a sua autonomia, a explorar as suas próprias vontades e ainda não é capaz de expressar convenientemente as suas emoções.
Neste artigo vamos abordar algumas dicas que o podem ajudar a prevenir e a lidar com as birras aos 2 anos, para que possa ajudar o seu filho a ultrapassar esta fase com tranquilidade.
O que é a birra infantil?
A birra é um aspecto comum no desenvolvimento infantil, é caracterizado por comportamentos explosivos de mau humor, choros e gritos intensos, e por vezes bater, dar pontapés, ou até mesmo atirar-se para o chão.
Esses episódios geralmente ocorrem quando a criança está frustrada, cansada, com fome ou simplesmente a tentar exercer um certo sentido de independência ou controle sobre o seu ambiente.
A birra é uma das maneiras da criança se expressar e gerir sentimentos fortes, adquirindo, ao mesmo tempo, habilidades de autoproteção para conseguir o que quer.
Geralmente, as birras começam por volta dos dois anos de idade, uma fase de intensa aprendizagem em que as crianças começam a testar limites e ganhar alguma autonomia, porém ainda não têm as habilidades necessárias para regular as suas emoções ou para comunicarem de forma eficaz as suas frustrações.
É crucial lembrar que as birras fazem parte do desenvolvimento infantil normal e são uma plataforma para ensinar e modelar comportamentos adequados e habilidades de regulação emocional. Cada criança é única e cada birra é diferente. Para pais e cuidadores, lidar com birras pode ser desafiador, contudo é importante permanecer calmo, dar espaço para a criança respirar e quando a tempestade passar, conversar sobre o que aconteceu ajudando-a a verbalizar os seus sentimentos e expressar o que a levou a fazer a birra.
Pode ler mais sobre as birras e tipos de birras no nosso artigo: As birras: porque surgem e como lidar com elas.
Birras aos 2 anos são uma fase?
Sim, as birras aos 2 anos são uma fase normal e comum no desenvolvimento infantil. As birras aos 2 anos, também conhecidas como “terríveis dois anos”, são um fenómeno bastante comum e normal do desenvolvimento infantil, fazem parte do processo pelo qual as crianças passam ao aprender a expressar melhor as suas emoções, desejos e frustrações de maneira mais adequada.
A partir dos 2 anos, a criança adquire uma maior autonomia e começam a passar por uma série de mudanças emocionais e cognitivas. A criança começa a testar limites e a expressar as suas vontades, muitas vezes da única maneira que ela sabe: por meio de uma birra. Ao mesmo tempo, ela está construir a sua identidade e aprender a lidar com os sentimentos e frustrações.
As birras são uma fase, portanto, vão passar. No entanto, é importante que os pais estejam preparados para lidar com tais situações e procurem compreender o que a criança está a sentir e ofereçam o suporte necessário para que ela aprenda a expressar as suas emoções de maneira saudável e adequada e se sinta em segurança.
Como lidar com as birras das crianças de 2 anos?
Lidar com as birras das crianças de 2 anos pode ser um desafio e tanto para os pais e cuidadores. As crianças nesta idade ainda têm dificuldade em expressar os seus sentimentos e necessidades, podendo recorrer à birra como forma de comunicação e de expressar as suas frustrações.
Primeiramente, é importante lembrar que este é um fenómeno natural do desenvolvimento infantil. O tipo de comportamento explosivo típico de uma birra é comum e nem sempre é fácil de lidar. Uma das melhores maneiras de gerir as birras é tentar evitar a situação antes que se torne um problema. Iremos falar mais à frente sobre a prevenção das birras.
Se você perceber que a criança está a ficar impaciente ou chateada, é hora de agir e tentar desviar a sua atenção. Por exemplo, se a criança faz birra porque não quer colocar o cinto de segurança, desviar a atenção para um brinquedo interessante pode ajudar a acalmar a situação.
Além disso, é importante impor limites de forma consistente. A criança deve entender o que é aceitável e o que não é. No entanto, é fundamental que a abordagem seja delicada e amorosa e que não ceda as birras. Por vezes é tentador ceder à birra da criança, principalmente quando ela começa uma birra em público, mas ao ceder está a dizer à criança que o seu comportamento é aceitável. Tente manter-se calmo e não ceder, para que a criança compreenda que há limites.
Lembre-se que as birras são normalmente desencadeadas por um sentimento de frustração, cansaço, fome, ou porque a criança quer testar limites. Tente prevenir, garantindo que a criança não tem fome e que descansou o suficiente ao longo do dia.
Portanto, para lidar com as birras das crianças de 2 anos, o ideal é utilizar estratégias de prevenção, como tentar desviar a atenção da criança, explicar as situações para ela e, acima de tudo, impor limites de forma consistente e delicada.
Como prevenir as birras aos 2 anos?
Aos 2 anos, muitas crianças começam a ter as crises das tão temidas birras. A birra aos 2 anos é normalmente uma mistura de frustração, angústia e, de certa forma, uma maneira de chamar a atenção. As birras podem ser angustiantes para os pais e cuidadores, mas fazem parte do desenvolvimento normal da criança.
Normalmente as crises de birras são despoletadas pelo sentimento de frustração, fome, cansaço ou até porque a criança se sente entediada. Sendo assim, é importante estar atento a alguns sinais da criança para podermos prevenir a birra e trabalhar nas estratégias adequadas para ajudar a criança a ultrapassá-las.
Para prevenir birra, é fundamental proporcionar um ambiente calmo e estável para a criança. Um ambiente previsível e tranquilizador pode contribuir para diminuir a sua ansiedade e, portanto, o número de birras. Manter uma rotina estável ajuda a criança a antecipar o que vem a seguir e a sentir-se mais calma.
Garantir que a criança não tem fome e que descansou o suficiente é um dos fatores a ter em conta para prevenir as birras. Quando a criança está cansada ou com fome, fica mais propensa a ter birras.
Outra estratégia importante é a comunicação clara e direta. A criança de 2 anos ainda não é capaz de se expressar verbalmente tão bem quanto gostaria, logo, a frustração pode surgir quando ela não consegue se fazer entender. Assim, ajudá-la a expressar os seus sentimentos pode ajudar a prevenir as birras.
No entanto, quando a criança entra numa birra, é crucial que os pais mantenham a calma e não cedam aos comportamentos inadequados. Lembre-se que ceder é validar o comportamento inadequado da criança. Sempre que possível, tente desviar a atenção da criança para outra atividade, ou um brinquedo que goste. A fase das birras infantis, são um processo contínuo de aprendizagem, tanto para a criança como para os pais.
Dicas para lidar com as birras das crianças de 2 anos
Lidar com as birras das crianças de 2 anos pode ser uma tarefa desafiadora e stressante para os pais e cuidadores, mas é possível adotar estratégias eficazes para ajudar a acalmar a birra e a ensinar a criança a lidar com as suas emoções de maneira mais saudável. Deixamos aqui algumas dicas que podem ser úteis para o ajudar a lidar as birras do seu filho de forma positiva:
- Mantenha a calma: É essencial que os pais ou cuidadores permaneçam calmos durante as birras da criança. Lembre-se de que as crianças estão aprender a lidar com as suas emoções e modelar a personalidade, manter um comportamento tranquilo vai ajudar a acalmar a situação e a que a criança se sinta em segurança.
- Seja empático: Mostre empatia e compreensão em relação aos sentimentos da criança. Dizer coisas como “Eu entendo que estás chateado” ou “Sei que é frustrante” pode ajudar a criança a se sentir compreendida e a conseguir expressar melhor os seus sentimentos.
- Dê atenção: Durante a birra, dê atenção à criança e demonstre que está presente para ajudá-la a aprender a lidar com as suas emoções. Às vezes, apenas a presença do cuidador pode ajudar acalmar a criança.
- Estabeleça limites claros: Defina limites apropriados para o comportamento da criança e seja consistente em aplicá-los. Isso ajudará a criança a entender o que é esperado dela.
- Ofereça opções limitadas: Permita que a criança faça escolhas simples e limitadas, o que pode ajudar a aumentar a sua sensação de autonomia e sentir que tem algum controlo.
- Mantenha rotinas estáveis: As crianças tendem a sentirem-se mais seguras quando têm rotinas previsíveis. Tente manter horários regulares para as refeições, atividades/brincadeiras e hora de dormir.
- Distraia a criança: Em algumas situações, distrair a criança com algo interessante ou envolvê-la numa atividade diferente pode ajudar a interromper a birra. Ofereça, por exemplo, um dos seus brinquedos preferidos ou proponha fazer algo que ela gosta.
- Utilize o humor: Em alguns casos, usar o humor pode ajudar a mudar o foco da criança e dissipar a tensão emocional.
- Elogie o comportamento positivo: Reforce o comportamento adequado da criança com elogios quando ela conseguir lidar com as suas emoções de forma mais adequada.
- Evite ceder aos caprichos: Embora seja tentador ceder para encerrar rapidamente a birra, principalmente quando a criança começa a birra em público, no entanto, ceder aos desejos da criança pode reforçar esse comportamento. Mantenha-se firme nos limites estabelecidos.
- Proporcione momentos de descanso: Se a criança estiver cansada ou com fome, isso pode aumentar a probabilidade de birras.
Lembre-se de que cada criança é única, portanto, é importante experimentar diferentes abordagens e encontrar a que melhor se adapte à personalidade e necessidades do seu filho. Se as birras forem frequentes e intensas, ou se você estiver preocupado com o comportamento da criança, é aconselhável procurar ajuda junto do pediatra ou de um profissional.
Veja ainda as dicas da Psicóloga Joana Matos:
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