Gravidez

Descolamento da placenta: causas, sintomas e tratamento

Descolamento da Placenta

O descolamento da placenta é uma complicação grave que pode ocorrer durante a gravidez. Embora seja raro, pode ter consequências graves para a mãe e para o feto.

A placenta é um órgão temporário que se forma na gravidez, é uma estrutura fundamental para a gestação, que tem como principal função fornecer ao feto o oxigénio e nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, além de eliminar os resíduos metabólicos. Além disso, a placenta é responsável por promover as trocas entre mãe e feto, desempenhando um importante papel endócrino na produção de hormonas essenciais para a manutenção da gravidez. Quando a placenta é comprometida, pode afetar o bem-estar tanto da mãe como do bebé.

É importante que as mulheres grávidas entendam o que é o descolamento da placenta, quais são os sintomas e as causas, bem como os tratamentos disponíveis e as medidas preventivas que podem ser tomadas para minimizar o risco.

Neste artigo, vamos esclarecer todas as dúvidas sobre o descolamento da placenta, vamos explicar as causas, os sintomas, o tratamento e abordar medidas preventivas para garantir uma gravidez saudável para a mãe e para o bebé.

O que é o descolamento da placenta?

A placenta é um órgão que se desenvolve durante a gravidez para fornecer oxigénio e nutrientes ao feto. Ela fixa-se à parede uterina e geralmente permanece nessa posição até o momento do parto. No entanto, em alguns casos raros, a placenta pode se separar da parede uterina antes do nascimento do bebé. Isso é conhecido como descolamento da placenta.

O descolamento da placenta pode ocorrer em qualquer momento após a 20ª semana de gravidez, embora seja mais comum no terceiro trimestre. Quando a placenta se descola, o feto é privado de oxigénio e nutrientes, e a mãe pode ter dores e mesmo perda de sangue. Se não for tratado rapidamente, o descolamento da placenta pode ser fatal para a mãe e para o bebé.

Imagem Ilustrativa de bebé e da placenta

Sintomas do descolamento da placenta

Os sintomas do descolamento da placenta podem variar dependendo da gravidade da condição. Em alguns casos, os sintomas podem ser leves ou inexistentes, enquanto em outros, podem ser graves e imediatamente percetíveis. Alguns dos sintomas mais comuns do descolamento da placenta incluem:

  • Sangramento vaginal: a hemorragia vaginal no descolamento da placenta geralmente ocorre como um sinal de alerta, pois pode ser um sinal de que a placenta se está a separar do útero. O sangramento pode ser leve ou grave, dependendo do grau de descolamento e do tempo de gestação.
  • Dor abdominal: a dor pode ser constante ou intermitente, e pode ser acompanhada de contrações.
  • Dor nas costas: a dor pode ser constante ou intermitente, e pode ser acompanhada de contrações.
  • Rigidez uterina: A rigidez uterina não é um sintoma comum do descolamento da placenta, mas pode ocorrer em casos graves em que há uma grande quantidade de sangramento e o útero se contrai de forma rígida e prolongada, o que é conhecido como “hipertonia uterina”. Isso pode ocorrer porque o sangue que se acumula entre a placenta e o útero pode irritar as fibras musculares do útero, levando a contrações prolongadas e intensas.
  • Contrações: que podem ser regulares ou irregulares, e podem ser dolorosas ou indolores.
  • Movimentos fetais excessivos: pode ser um sinal de que o bebé está em sofrimento devido à falta de troca de oxigénio e nutrientes entre a mãe e o feto, que é prejudicada pelo descolamento da placenta. Isso pode levar a um aumento da atividade fetal, pois o bebé tenta compensar a falta de oxigénio.
  • Pressão pélvica: sensação de pressão ou peso na área pélvica, que pode ser acompanhada de dor. A pressão pélvica pode ocorrer devido ao sangramento vaginal, à contração do útero e ao aumento do tamanho da placenta.

Causas do descolamento da placenta

Não se sabe exatamente a causa, no entanto, há vários fatores que podem aumentar o risco de descolamento da placenta, tais como:

  • Lesão abdominal: qualquer trauma na região abdominal (pancada forte nas costas ou barriga), como, por exemplo, num: acidente de carro, numa queda ou qualquer outro tipo de impacto.
  • Tabagismo e/ou consumo de drogas: as mulheres que fumam e/ou consumem drogas durante a gravidez têm um maior risco de desenvolver descolamento da placenta, provavelmente devido aos efeitos negativos do tabagismo na circulação sanguínea.
  • Hipertensão Gestacional e /ou crónica
  • Idade materna avançada (maternidade tardia)
  • Gravidez gemelar
  • Má nutrição: a desnutrição materna pode aumentar o risco de desenvolvimento de descolamento da placenta.
  • Histórico anterior de descolamento da placenta
  • Diabetes
  • Alterações da coagulação (Trombofilia)
  • Pouco líquido amniótico
  • Rutura prematura da bolsa amniótica
  • Hemorragias anteriores durante a gestação

Como é feito o diagnóstico de descolamento da placenta?

O diagnóstico do descolamento da placenta é feito com base nos sintomas que a grávida apresenta, como dor abdominal intensa, sangramento vaginal e contrações uterinas frequentes e fortes. Além disso, o médico pode fazer um exame físico, com avaliação da tensão arterial e dos parâmetros vitais, assim como, uma ecografia, uma cardiotocografia C.T.G. e análises de sangue para confirmar o diagnóstico.

Tratamento de descolamento da placenta

O tratamento do descolamento da placenta depende da gravidade da rutura. Em casos leves, pode não ser necessário nenhum tratamento, a grávida pode ter que ficar internada sobre vigilância para garantir o seu bem-estar e do bebé, ou quando detetado precocemente, pode retornar a casa com recomendação de repouso absoluto e aumento da hidratação. Em casos mais graves, podem ser necessárias medidas mais agressivas, incluindo uma cesariana.

Se a futura mamã ou o bebé estiverem em risco imediato, pode ser necessário realizar um parto urgente/emergente, mesmo que o bebé ainda não esteja totalmente desenvolvido. Em casos graves de descolamento da placenta, pode ser necessário realizar uma cesariana de emergência para proteger a vida da mãe e do bebé.

Segundo o CUF: “Um quadro de dor abdominal intensa, acompanhada de hemorragia com coágulos, diminuição dos movimentos fetais ou ausência dos mesmos, fraqueza com sensação de desmaio, palidez, sudorese (transpiração) e taquicardia constituem uma emergência médica.”

Existem dicas para prevenir o descolamento da placenta?

Não existem medidas que possam prevenir diretamente o descolamento da placenta, no entanto, há algumas medidas que as mulheres grávidas podem tomar para minimizar o risco e garantir uma gravidez saudável. Algumas dessas medidas incluem:

  • Evite fumar e usar drogas durante a gravidez.
  • Mantenha a tensão arterial sob controlo através de uma dieta saudável e exercícios físicos regulares.
  • Realize exames pré-natais regulares para detetar precocemente qualquer problema e esclareça todas as dúvidas com o seu médico / obstetra.
  • Mantenha uma alimentação saudável e beba muita água.
  • Evite atividades de grande impacto.
  • Ouça o seu corpo e descanse sempre que necessário.

Recorde-se que para prevenir complicações graves é fundamental que o diagnóstico de descolamento da placenta seja feito o mais rápido possível para garantir a saúde da mãe e do bebé.

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lpereira

Licenciada em enfermagem desde 2009, com uma vasta experiência na área em vários países, como: Portugal, França e Suíça. Mãe de uma menina desde 2018, os desafios da maternidade e a minha paixão pela escrita motivou-me a partilhar os meus conhecimentos e experiências com outras mães e com futuras mamãs.