Gravidez

Pré-eclâmpsia: o que é, tratamento e riscos… Saiba tudo!

Mulher Grávida com pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia, é uma complicação da gravidez que habitualmente ocorre na segunda metade da gestação, em que a grávida tem um aumento da pressão arterial (hipertensão) associado à presença de proteínas na urina.

Neste artigo, vamos ajudá-la a perceber o que é pré-eclâmpsia, quais são os sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento desta condição, assim como, os riscos que pode ter para o bebé e para a futura mamã.

O que é a pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez que ocorre geralmente na segunda metade da gestação, normalmente a partir das 20 semanas e é caracterizada pelo aparecimento de hipertensão arterial e o aumento de proteínas na urina. A causas exatas da pré-eclâmpsia ainda não são conhecidas, mas acredita-se que seja devido a problemas na placenta.

Nas primeiras semanas da gravidez, formam-se novos vasos sanguíneos para fornecerem oxigénio e nutrientes à placenta. Nas grávidas com pré-eclâmpsia estes vasos sanguíneos não funcionam ou não se desenvolvem como deveriam, o que leva a problemas na circulação sanguínea da placenta, o que pode originar um aumento da pressão arterial da futura mamã e causar sofrimento ao bebé.

A pré-eclâmpsia pode afetar vários órgãos, como o fígado, o cérebro e rins.

Estima-se que 6 a 10% das gravidezes sofram desta patologia. Em Portugal a pré-eclâmpsia atinge cerca de 2% das gravidezes. Esta patologia é a principal causa de morte tanto do bebé como das mães, 10 a 15%. Cerca de 19% de partos prematuros são causados pela pré-eclâmpsia.

Sintomas de pré-eclâmpsia

Algumas grávidas apresentam apenas sintomas ligeiros de pré-eclâmpsia, outras apresentam sintomas mais graves que podem levar a complicações para a mãe e para o bebé. É importante que grávida seja vigiada regularmente pelo médico e que siga todas as recomendações, de modo a evitar complicações graves.

Os principais sintomas de pré-eclâmpsia são a pressão arterial elevada e a presença de proteínas na urina. Estes sintomas podem ser detetados facilmente através de um exame clínico e de urina, mas a grávida pode apresentar outros sintomas.

Sinais e sintomas:

  • Hipertensão arterial – níveis de pressão arterial superiores a 140/90 mmHg,
  • Proteinúria: presença de proteínas na urina,
  • Enxaquecas (dores de cabeça fortes),
  • Vómitos e náuseas,
  • Perturbações Visuais: como visão desfocada, pontos escuros na visão, fotofobia (sensibilidade à luz),
  • Edemas: inchaço no rosto, nas mãos, pés e pernas repentino,
  • Falta de ar

Em alguns casos, as futuras mamãs podem ter complicações mais graves como: trombocitopenia (níveis de plaquetas baixos) e um aumento de enzimas hepáticas, que são indicadores de problemas no fígado.

Se forem identificados sinais de pré-eclâmpsia a grávida deve ser vista pelo médico assistente o quanto antes e seguir todas as recomendações, de modo a evitar complicações mais graves. O desenvolvimento do feto também deve ser vigiado, pois em alguns casos de pré-eclâmpsia o feto apresenta um crescimento mais lento, devido ao fornecimento de sangue insuficiente da placenta.

Causas e fatores de risco de pré-eclâmpsia

As causas de pré-eclâmpsia são ainda desconhecidas, mas acredita-se que o problema seja causado pelo desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos que ligam a placenta ao útero. O fluxo sanguíneo insuficiente ou o dano nos vasos podem ser os causadores de pré-eclâmpsia.

No entanto, existem fatores que podem aumentar o risco de grávida desenvolver pré-eclâmpsia, como:

  • Diabetes Mellitus tipo I ou tipo II,
  • Hipertensão arterial,
  • Doença renal,
  • Histórico de Hipertensão arterial e/ou pré-eclâmpsia numa outra gravidez,
  • Procriação Medicamente Assistida, como  fertilização in vitro,
  • Gravidez gemelar (de gémeos),
  • Grávidas com mais de 40 anos,
  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia,
  • Obsidade,
  • Histórico de complicações numa gravidez anterior.

Diagnóstico

Quanto mais cedo for efetuado o diagnóstico, melhor é o prognóstico tanto para a futura mamã como para o bebé. O diagnóstico é facilmente feito durante as consultas de avaliação à grávida, através da avaliação da tensão arterial e de uma análise de urina.

É importante que o desenvolvimento fetal seja efetuado com maior regularidade no caso de mãe ser diagnosticada com pré-eclâmpsia, para avaliar o bom desenvolvimento do bebé e evitar complicações.

Se a futura mamã for hipertensa antes da gravidez, deve aconselhar-se com o médico assistente, para que possa efetuar o tratamento adequado que não faça mal ao bebé e evite complicações.

Qual a diferença entre pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

Eclâmpsia é uma complicação grave da pré-eclâmpsia, é caracterizada por convulsões (convulsões epilépticas) e pode levar a problemas de saúde graves tanto para a grávida como para o bebé, como, danos cerebrais, falência de múltiplos órgãos e até mesmo morte da mãe e do bebé.

Complicações da pré-eclâmpsia

Quando a pré-eclâmpsia não é tratada rapidamente, embora sejam raras, podem ocorrer várias complicações graves, como:

  • Eclâmpsia: é uma complicação grave de pé-eclâmpsia que pode surgir durante a gravidez, o parto ou mesmo no pós-parto. É caracterizada por convulsões ou crises epilépticas em mulheres que apresentam tensão arterial elevada e proteína na urina. É uma emergência médica e pode levar a problemas graves de saúde para a mãe e o feto, incluindo lesão cerebral, insuficiência renal, insuficiência hepática, descolamento de retina, parto prematuro e até a morte.
  • Síndrome de HELLP: é uma complicação grave de pré-eclâmpsia que afeta o fígado e o sangue, causando hemólise (destruição das células sanguíneas), aumento das enzimas hepáticas e diminuição das plaquetas no sangue. Os sintomas incluem dor abdominal superior, náuseas, vómitos, dor de cabeça, visão turva, inchaço e pressão arterial elevada.
  • AVC (Acidente Vascular Cerebral)
  • Hemorragias
  • Edema Agudo do Pulmão
  • Descolamento da placenta
  • Morte da mãe e/ou do bebé

Tratamento de pré-eclâmpsia

O tratamento de pré-eclâmpsia leve, inclui repouso, diminuição da ingestão de sal e aumento da ingestão hídrica, (2 – 3 litros de água por dia). Controlo frequente da pressão arterial e vigilância do feto para garantir que está a desenvolver, assim como, fazer análises de urina e de sangue regularmente. A grávida pode também necessitar de medicação para as tensões, para evitar o aumento da tensão arterial.

Em casos graves, a grávida necessita de internamento para controlo apertado e medicação para baixar a tensão arterial. Em alguns casos graves, o tratamento passa pela indução do parto.

Dicas para prevenir uma gravidez saudável e evitar complicações

É muito importante que a grávida mantenha as consultas pré-natais para que o médico possa vigiar regularmente o desenvolvimento saudável do feto e garantir a saúde da mamã.

Mulheres com elevados fatores de risco de desenvolver pré-eclâmpsia, devem ter alguns cuidados para garantir uma gravidez saudável. Deixamos aqui algumas dicas:

  • Mantenha uma dieta saudável, rica em nutrientes. Reduza o consumo de gorduras, aumente a ingestão de frutas e legumes e proteínas magras, como frango, peru, peixe, coelho.
  • Evite consumo de bebidas alcoólicas ou estimulantes como a Coca-Cola.
  • Caso tenha excesso de peso, tente emagrecer antes da gravidez.
  • Pratique exercício físico regularmente: desportos de baixo impacto, como caminhada, natação, ioga, pilates.
  • Reduza o consumo de sal. Evite alimentos com elevado teor de sal.
  • Evite fumar, de preferência deixe de fumar.
  • Durma as horas suficientes. Ouça o seu corpo e descanse sempre que se sentir mais cansada.

Veja o vídeo de Macetes de Mãe que explica um pouco sobre a pé-eclâmpsia.

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lpereira

Licenciada em enfermagem desde 2009, com uma vasta experiência na área em vários países, como: Portugal, França e Suíça. Mãe de uma menina desde 2018, os desafios da maternidade e a minha paixão pela escrita motivou-me a partilhar os meus conhecimentos e experiências com outras mães e com futuras mamãs.